O progresso ilimitado além de não ser um conceito grego, nunca foi um conceito dos historiadores. Logo, com Deleuze e Guattari, vemos que a filosofia da história é um conceito particular de determinados filósofos, como na teleologia hegeliana. Existiria talvez algo novo nisto caso comparemos as filosofias da história mais modernas, como a que dita o fim dos tempos, principalmente após a queda do muro de Berlim… O mundo liberal que se impõe guardaria a constituição mais perfeita, não precisando mais de se voltar a antigas formas ou se especular a respeito dela, assim como para Hegel marca o fim da história, seu marco último e mais perfeito, sua própria filosofia, o Terror e Napoleão. É quando o horizonte de expectativas se reduz a tal ponto que delimita um campo de experiência ilimitado. Infinidade não mais no conceito, no porvir, mas na experiência de se viver um mundo definitivamente, e irrevogavelmente (assim acharam os neoliberais), pós-histórico e com muita “liberdade de comércio”, claro. Ao contrário de Políbio ao lado de Cipião ao assistir o incêndio de Cartago, não puderam prever a inevitável ou a mais do que possível ruína do Império que poderia fazê-los visualizar uma história sem fim… A queda do muro de Berlim, o correlato do incêndio de Cartago, encontrou homens muito, mas muito, menores do que os da Antiguidade.
O liberal-fascismo e os travestimentos da palavra democracia: o que é a legitimidade política atualmente
A luta pelo renascimento das “diretas já” mostra talvez menos a força do que a fragilidade social em que fomos jogados. Reconhecer o Congresso inteiro como corrupto não é legitimar, agora no chamado campo da esquerda, a deslegitimação da política que faz cotidianamente, por exemplo, lutadores de MMA se tornarem mais honrados do que qualquer político profissional?
Por que não se consegue debater, ainda agora, as vias normais de volta à normalidade, ou seja, a recondução da presidenta deposta ao cargo?
Por que sempre os gritos de guerra saindo de todos os lados?
Somos atacados pelo império com suas inúmeras artimanhas e focos de combate: guerras irregulares com uso ou não de armas, com manipulações políticas, jurídicas, mas cujo alvo sempre é a economia do país visado. Lava-Jato.
Liberal-fascismo: a palavra que deve dar nome a muitas coisas que hoje se chamam simplesmente de “democracia” ou aumento das liberdades individuais ao custo do bem-estar público. Esta a nossa conjuntura.
O que é a legitimidade política atualmente?
Agora, contudo, ainda fica uma questão. As gravações feitas por Sérgio Machado foram publicadas no fim do mês de maio, sendo que foram feitas em março – dizem. Se o processo de impeachment só foi votado no senado já quase chegando no meio do mês, por que as gravações só foram divulgadas talvez mais de dois meses depois de terem sido feitas? Dá para se argumentar que as gravações foram feitas como uma espécie de auto-proteção de Sérgio Machado. Tipo “se der merda” tenho isso aqui. Mas por que que não “deu merda” antes, mas só depois de 15 dias de governo interino? As gravações, inclusive por envolverem o presidente do senado, poderiam ter simplesmente bloqueado a votação da admissibilidade do impeachment. Mas a Folha de São Paulo resolveu que só daria merda no fim do mês, e soltou as gravações que supostamente colocariam o jornal novamente no “campo progressista”, pura estratégia de marketing como vários analistas já viram, triste reedição do “progressismo” do jornal durante o inevitável, as Diretas Já.
(…)
Logo, frente ao óbvio dessas gravações, é o que o Abertinho pergunta, clama, esbraveja: Por que não foram divulgadas antes? Imagina essas gravações com a tentativa de Waldir Maranhão… Não dá para se especular muito agora. Somente dá para concluir que é muito conveniente tudo isso vir só agora. Se viesse depois, já que a fonte é uma pessoa que teve a vida devassada pela PF em dezembro, traria ainda mais incredibilidade para o PIG, e poderia atear fogo no país caso fosse divulgada uma conversa de março depois de julgado o mérito do impeachment. Seria grotesco também porque deveriam paralisar a caça a Machado, e a Mani Lipute não para nunca. Mais uma de suas entranhas seria desvelada. A Torre de Londres caso fique um dia ou mesmo algumas horas inativa poderia ruir. Sei que Sérgio Machado poderia ter calado Renan na hora certa, e todo o PIG e os admiradores de J. Barbosa junto.
Não História: Imagem-Tempo
Sobre a publicação de “A espera”
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Imagem utilizada pela Bestiário para ilustrar meu conto naquele distante ano de 2005. |
O impacto do fórum sobre a Nova Rota da Seda – Uma “Gigantesca mudança na história da humanidade”
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Helga Zepp-Larouche no fórum internacional Um Cinturão, Uma Faixa |