Quando se pensa em Gilles Deleuze, o estoicismo pode não ser a primeira coisa que vem à mente. O filósofo francês é famoso por sua teoria altamente original de “empirismo transcendental”, apresentada pela primeira vez em sua obra Diferença e Repetição, de 1968, e suas colaborações seminais de Capitalismo e Esquizofrenia, com Felix Guattari, que se tornaram clássicos da filosofia pós-moderna e da teoria crítica. No entanto, talvez na mais esquecida de suas principais obras, A Lógica do Sentido, Deleuze se envolve em um diálogo extenso com o antigo estoicismo. Em homenagem à semana estoica deste ano e ao 25º aniversário da morte de Deleuze, será o objetivo deste ensaio chamar a atenção para o estoicismo de Deleuze e sua influência mais ampla em sua filosofia.
Continue lendo “Gilles Deleuze, um estoico”A contraface do governo Trump
Meu esforço atual nesse espaço é tentar qualificar um pouco mais o debate da política internacional. Como venho fazendo? Delimitando que existe uma facção bipartidária também chamada de “Partido da Guerra” e a facção trumpista, que não é um projeto dos republicanos, tampouco exclusivo da “alt-right”. É algo que venho trabalhando desde 2019, em séries de textos, mostrando como se o mundo atual não tivesse alternativas a além do velho e usual capitalismo (Bush/Obama e asseclas) e anarquia (vulgarmente, a “alt-right”, que ainda precisa ser melhor estudada).
O texto seguinte talvez seja o mais maduro dessa série (não sei se o mais importante). Contudo, no Brasil, devido à associação automática feita entre Trump/Bolsonaro, não se enxerga de forma alguma as fissuras ou as diferenças entre os dois, e se capitula terrivelmente, quase todo dia, às armadilhas do Império ou ao seu “soft power”. É necessário descer aos detalhes, sempre.
Continue lendo “A contraface do governo Trump”Notas sobre a recente recepção de Pasolini no Brasil
Como a vivência do atual estado de exceção provocou uma nova recepção do poeta e cineasta italiano no Brasil, conhecido por ter visto com antecedência a formação de um novo fascismo no pós-guerra, bem diferente dos de Hitler e Mussolini?
Continue lendo “Notas sobre a recente recepção de Pasolini no Brasil”Como anda a loucura militar americana: os preparativos para a guerra com China
À primeira vista pode ser difícil de acreditar, mas pelo menos desde Bush pai, Donald Trump é o primeiro presidente americano que não iniciou uma guerra no exterior. Ele traz isso, talvez, como seu único fator positivo, o que o faz manter sua promessa de campanha de 2016. E se de fato continuar assim será uma imensa vantagem. Contudo, Mike Pompeo não dorme um dia sequer sem pensar em como recolocar a máquina bélica em pleno funcionamento…
Do outro lado, os democratas trazem todo o Partido da Guerra com eles (consenso bipartidário) e nenhuma boa proposta para a economia. É até curioso: recentemente, a OTAN virou ambientalista e finalmente promoveu o tão esperado encontro da máquina política da guerra com a da destruição econômica, ou seja, o Green New Deal.
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