A natureza viva ou morta tem a sua história. Mas como acabamos de dizer que os cafres são sem história? Porque eles têm tanta história quanto os macacos e os pássaros. Ou bem seria possível, apesar de tudo, que a terra, as plantas e os animais não tenham história? Parece certamente incontestável que o que é perecível pertence logo ao passado; mas tudo que é perecível e que pertence ao passado não entra necessariamente na história. O que são as rotações da hélice do avião? A hélice pode muito bem girar dias inteiros; entretanto, fazendo isso, não acontece nada. Mas, claro, quando o avião transporta o Führer de Munique em direção a Mussolini em Veneza, então isso é história. O voo é um evento histórico, mas não o funcionamento da máquina, ainda que o voo só possa acontecer se a máquina girar. E, entretanto, não é somente o encontro dos dois homens que marca a história, mas o próprio avião entra para a história, e um dia, talvez, ele seja exposto no museu. Mas o caráter histórico não depende do número de rotações da hélice que passaram no tempo; depende do evento futuro que resulta desse encontro entre os dois Führer.
“Arendt ne veut voir en effet dans Auschwitz et le génocide des Juifs qu’une “politique permanente de dépeuplement”! Elle se refuse à y reconnaître la traduction en actes d’une vision du monde élaborée et légitimée – dans des registres de langage différents mais qui plus d’une fois se croisent et se recoupent – tout à la fois dans les écrits des idéologues et acteurs directs du nazisme, comme Alfred Rosenberg et Adolf Hitler, mais également dans les œuvres de l’élite intellectuelle du mouvement, exemplairement représentée par Martin Heidegger et Carl Schmitt. Dans la vision arendtienne, l’intentionnalité du génocide des Juifs d’Europe s’estompe au profit d’une conception fonctionnaliste indéfiniment reprise après elle, pour laquelle l’extermination nazie n’aurait fait que porter à son paroxysme et à son point de rupture la dévastation de la modernité technicienne. Arendt aura ainsi pu passer, sans se contredire sur le fond, d’une interprétation du totalitarisme nazi comme expression d’un “mal radical”, dont l’“absence de patrie” de nos sociétés modernes serait porteuse, à la description des acteurs de l’extermination comme de simples exécutants, dépourvus de tout motif, incarnant la “banalité du mal”. (…) Dans cette conception, Martin Heidegger n’apparaît plus pour ce qu’il est véritablement, à savoir celui qui porte la responsabilité d’avoir procuré à la vision du monde et au mouvement nazis une légitimité d’apparence philosophique (…). Il se voit au contraire magnifié comme celui dont l’engagement hitlérien même confirmerait la “grandeur” et dont la pensée ouvrirait la voie à de salutaires contre-mouvements”.
![]() |
O úncio livro de Faye publicado por aqui. |
O livro de Faye publicado por enquanto somente em francês tem um dossiê interessante, do qual extraímos algumas partes, e que segue aqui embaixo para os leitores desse blog. antes, a capa do livro objeto dessa postagem, que parece colocar muitas questões interessantes, e que em breve leremos.