Os militares que deram o golpe em 64 poderiam ser considerados, vistos de hoje, como elementos de extrema-direita? Mesmo a “ala Sorbonne”, supostamente mais civilizada, pactuou com os elementos direitistas tradicionais (lacerdismo, adhemarismo, etc.), e implantaram o estado de exceção.
Tanto militares quanto neoliberais governaram com o primado da economia sobre a política. São os marcos da governamentalidade que se estabelecem no pós-guerra. Se a presença dos militares na política só se tornou evidente a partir de 2016, a união histórica entre direita e extrema-direita mostra o liberalismo como o governo de exceção que se torna regra.
Tanto Michel Foucault quanto o antigo quadro do ISEB, o professor Joel Rufino dos Santos, nos mostram como se deu a continuidade da política de genocídio do social apesar da restauração das liberdades de direito estabelecidas após a Constituinte de 1988.
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